19955-1971 Castelo de Castro Laboreiro. Castro Laboreiro. Melgaço. Viana do Castelo
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O seu vértice geodésico está a uma cota de 1033 metros de altitude. O castelo de Castro Laboreiro está implantado numa imensa mole rochosa, que evoca o dorso de um animal que se ergue de um mar tempestuoso, da ondulação granítica envolvente. Talvez seja este um dos pontos do espaço português em que mais se sente a imparável luta humana pela conquista e defesa dos seus territórios. Tanto a paisagem de pendentes fortemente acentuados, como o clima, que no inverno é frequente tudo cobrir de neve, são de uma extrema dureza. Neste cenário, um castelo de paredes, que ondulam com suavidade sobre uma superfície irregular, coroa o topo de um ermo. (pp.260-261)
«Do castelo desmantelado de Castro Laboreiro (1033 metros) abrange-se vasto panorama que permite fazer ideia dos aspectos essenciais da região. Para O, N e E, até além da fronteira, estende-se um planalto que atinge nos cimos mais elevados 1200 a 1300 metros, é percorrido por várias ribeiras afluentes do Minho e do Lima, sendo a parte mais importante da drenagem feita pela Ribeira de Castro Laboreiro (ou Rio Laboreiro), que se lança no Lima em frente de Lindoso. Este planalto é o resto de uma superfície de erosão, conservada na parte mais elevada das montanhas galaico-durienses, bem caracterizada por formas de maturidade: cristas de granito desagregadas pela erosão, facilitada pelo fendilhado da rocha e pelos contrastes de temperatura, dentadas, em colunatas ruiniformes e caos de blocos; e, em altitudes vizinhas de 1000 metros, vales largos de fundo levemente abaulado por onde se escoam ribeiras tranquilas que correm à flor do solo. Da intensa desagregação da rocha resultam grandes acumulações de areia granítica, que dá origem a terra arável suficientemente funda e húmida, que se presta à cultura e ao desenvolvimento de prados.» (Orlando Ribeiro. Brandas e inverneiras em Castro Laboreiro, 1939. Opúsculos Geográficos. IV. O Mundo Rural, 1991)